Introdução ao Blog do NeuroPLAYbrasil

Introdução ao Blog do NeuroPLAYbrasil

03/08/2016

- “A Brain storming in neuro-developmental disorders – what is inhibit, what is not!”

- Um "Brain storming" em transtornos neuro-desenvolvimentais – o que esta inibido, o que não esta!

Vamos montar
esse “quebra-cabeça”? 

 

O que há em comum nos Transtornos Neuro-sensoriais, Transtornos do Espectro do Autismo (TEA), Transtornos Específicos da Linguagem, Transtornos paroxísticos, Transtornos de Ansiedade, Transtornos do Humor, Transtornos disruptivos?...

-Todos são transtornos neuro-desenvolvimentais.

Ao se manifestarem na criança trazem como sinais /sintomas características comuns que para o não especialista pode precipitadamente conduzi-lo a um mesmo denominador comum
E a busca pelas "pecas" que faltam para montar o quebra-cabeça fica infindável, atrasando na maioria vezes, a correta e eficiente intervenção!

Sempre que avaliamos uma criança com transtorno neuro-desenvolvimental precisamos pensar sua idade cronológica x sua idade desenvolvimental, sua historia (de gestação e parto, sua historia medica pregressa, sua historia medica atual, sua historia familiar, seus marcos no desenvolvimento, sua queixa principal....), seu funcionamento x seu potencial.

Sempre precisamos pensar qual a etiologia do sinal/sintoma que faz os pais procurarem o professional. A queixa do cuidador(a) esta manifesta na observação e na avaliação da criança? O quanto um único momento ou um único profissional pode gerar impressões lineares e precipitadas rotulando para sempre um ser em desenvolvimento? 

A escuta aos pais/cuidadores tem um peso a ser contrabalançado com o olhar cuidadoso de uma equipe interdisciplinar!

Sim, e pra complexizar um pouco mais (não quer dizer complicar) o diferencial de toda equipe que avalia uma criança com queixas de transtorno no neuro-desenvolvimento é poder discutir suas impressões iniciais sem a preconcepção de que terá a resposta única a todos os elementos que compõem as disfunções onde o conhecimento sobre como o cérebro adquire conhecimento, o armazena e o reorganiza inibindo ou facilitando os aportes sensoriais, intrincando o afeto ao planejamento motor, modulando, integrando e deixando emergir no momento certo a adequada resposta/ ação motora!

Aprendi desde minha formação como especialista (no final da década de 70 começo década de 80), que um ser humano em construção de sua rede neural tem algo único que se chama resposta ao estimulo! Sim, redes neurais que se interconectam, ou não, de acordo com sua capacidade de significar-se, de ter registros. Como sistema adaptativo complexo (SAC) o cérebro tem propriedades que permitem a emergência de funções essenciais como os afetos, a percepção sensorial, a função motora, a linguagem, o aprendizado, a capacidade de colocar-se no lugar do outro, a atenção, o livre arbítrio, a tomada de decisão, a capacidade de "pensar seu próprio pensamento", para citar algumas das funções...

 Quando alguma das funções não consegue modular-se e se integrar na rede neural, inibindo ou facilitando o estimulo recebido, o transtorno se instala. E esse pode ser com predomínio manifesto em um dos “degraus” do neuro-desenvolvimento ou mesclar-se em vários destes degraus.

Por isso inauguramos uma discussão interdisciplinar, de forma bastante informal, onde você que nos lê pode interagir e onde, inicialmente, um sinal/sintoma pode parecer o final da conversa e que possivelmente devera ser apenas o começo da próxima! Paulatinamente cresceremos no contexto de complexiza-lo para podermos identificar o que é comorbidade, o que é diagnostico diferencial. E, para desespero dos imediatistas, será apenas uma enormidade de pecas de um quebra cabeça onde algumas delas não serão facilmente identificadas ou ainda não estão visíveis/ disponíveis!!!

Vamos nessa!?

Conto com vocês para termos trocas frutíferas, interdisciplinares e consilientes.

Em algum momento traremos as diferenças metodológicas e qual o método a ser recomendado para determinados transtornos.

Mas lembre-se, sempre, aqui falaremos de forma geral pois a individualização de cada criança em desenvolvimento depende do meio em que vive, da combinação de sua carga genética, da sua capacidade de ligar ou não ligar determinadas redes neurais!

Bem-vindos ao brain storming!

Maria Sonia Goergen, MD, neuropediatra
Coordenadora do #neuroplaybrasil